terça-feira, 14 de junho de 2016

Por Gabriely Bernardes, 2º Ensino Médio

Tento escrever sobre amores,
Daqueles sem rancores.
Tento escrever sobre beijos e abraços,
Daqueles tipo laço.
Mas sinto que o que falo é bobeira,
Coisas sem eira nem beira, 
Parece que são coisas que nem existem,
Mas minha alma e meu peito nelas insistem.
Porque em uma sociedade tão escura,
Rara é aquela pessoa pura.
Nessa escuridão cheia de ignorância,
Escuto coisas que chegam a me dar ânsia.
“Tudo vai ficar melhor” to ligada,
Olha o noticiário, mais uma mulher estuprada.
Me dizem pra não me preocupar,
Viro a esquina e mais um ta lá pra meu roubar.
Ainda bem, fiquei aliviado!
Era só um negro, não um deputado.
Onde quer que você vá não há respeito,
Se age com educação cê já é suspeito.
País do futebol e do carnaval...
Grandes desfiles de criança na rua pedindo um real.
O que eu to te falando é fato,
Descriminação aqui é mato.
Aqui você apanha pelo o que é seu direito,
Por querer ver aquilo que foi prometido sendo feito.
Mentes pequenas e bocas fechadas,
Você é só mais um robô que segue as coordenadas.
E é melhor aceitar como tá,
Quem muito critica leva trá trá trá.
Me conta como ta sua mente,
Sabendo que na favela morreu mais um inocente.
Você que não quer sair da zona de conforto,
Reza pro seu filho não voltar da escola morto.
Acha que é exagero?
Da uma olhada naquela mãe chorando de desespero.
Acha que não é problema seu?
Mas o próximo será você ou eu.

Um comentário:

  1. Os versos de uma poesia transmitem mais sentidos do que podemos imaginar. Com este não seria diferente. Parabéns Gabriely.

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